Escolas particulares de Niterói adotam aulas online em meio a pandemia

16/04/2020
Foto: Kayo Ennrique
Foto: Kayo Ennrique

Por: Kayo Ennrique

Com as instituições de ensino fechadas por causa da prevenção ao novo coronavírus - Covid-19 - em todo o Rio de Janeiro, parte das instituições privadas estão mantendo aulas através das plataformas digitais, na internet. A ideia, de acordo com as escolas, é evitar a perda do desenvolvimento pedagógico e da rotina das crianças e adolescentes.

As plataformas funcionam como uma sala de aula em vídeo. Os professores dão aula de casa, dentro um app como um "chat". Os alunos acompanham e também participam da aula, debatendo sobre os temas. Coordenadores também monitoram as turmas e estão observando inclusive os faltosos, para entrarem em contato com os pais.

As escolas veem desenvolvendo um tutorial para que os alunos e pais que tenham maior dificuldade com tecnologias possam ter acesso. Algumas escolas usam serviços que permitem que os professores façam um acompanhamento completo da turma, sabendo quem entregou atividades dentro do prazo, quem faltou à aula, entre outros dados.

Clerian Pereira, coordenadora pedagógica da educação infantil e do ensino fundamental de uma das escolas particulares de Niterói. Explica um pouco mais, sobre a dificuldade de lidar com esta situação nova " A primeira dificuldade que estamos enfrentando é com a tecnologia, e em três semanas foi necessário que eu obtivesse esse conhecimento, que eu com 52 anos de idade e 34 anos de educação, eu levarias 5 anos, e tive a que aprender em três semanas"

A gestora ainda complementa falando "Os professores estão esbarrando no mesmo problema que eu estou tendo, pois isso tudo é muito novo, também para os professores, então estou tendo que aprender como usar passar para os professores, para que seja feito de uma forma eficiente, e que os pais tenham o mínimo de dúvidas, e esteja tudo muito bem explicado"

Não só a coordenadora está tendo que trabalhar com essas novas tecnologias, mas as professoras também, estão tendo que enfrentar essa nova maneira de lecionar.

A professora Sheila do 5º ano de uma associação de ensino particular também do munícipio de Niterói, de 46 anos ainda vai além das dificuldades da tecnologia: "Não me sinto confortável, principalmente por um problema de saúde que estou passando com o meu olho" relata a educadora.

E ela vai além "Estou me empenhando para atender às necessidades, mas parecem ser maiores do que eu posso realizar". Mas a professora ainda acredita que tenha pontos positivos que é a união de toda a equipe pedagógica para que as crianças possam aprender nesse momento atípico ao qual estamos vivendo, superando cada etapa.

A Professora de Produção Textual e Português - Fundamental, Nathália de 29 anos diz que "É um enorme desafio, uma corrida contra o tempo, estamos transformando nossas casas em estúdio, adquirindo conhecimento de áreas que jamais pensaríamos colher informação". Ou seja, os professores estão tendo que ir muito além daquilo que eles tinham de conhecimento e estão dando o máximo de si para que tenham êxito no que se propuseram a fazer.

Nathália ainda diz "Uma das dificuldades é separar o tempo, por viver em uma fase de adaptação, pois nada substitui a aula física e os contatos com os alunos, e que o tempo de serviço trabalhando de casa é mais intenso."

Ela ainda termina dizendo: "Acredito que, quando tudo isso passar, nós estaremos adaptadas, logo iremos aproveitar tudo o que adquirimos, vamos somar ao que já vínhamos trabalhando!"

  • O que dizem os responsáveis sobre isso?

"Mesa da sala é dela. O pai perdeu o computador porque optamos por não utilizar celular. De manhã, eu cuido da casa. Ela vê TV e brinca. À tarde, sou dela. Assistimos aula e fazemos dever." Diz Jamille Tavares, 42 anos, advogada e corretora de imóveis. Mãe de uma aluna do 2º ano do ensino fundamental.

A advogada também nos relata "Ela está conseguindo lidar bem quanto ao conteúdo. Na realidade, está se adaptando. A princípio, por ser tudo muito novo, ficou bastante receosa.

Ela ainda complementa: "Por ela ter apenas 6 anos, às vezes é difícil manter o foco. No final, ela já está sem paciência. Além disso fico com medo de eu cobrar demais. O problema é mais comigo, admito."

Mas mesmo mediante a tudo isso a corretora de imóveis, diz que vê algo positivo neste cenário "Cada dia estarmos mais próximas e sentir o tamanho da responsabilidade quanto à educação das nossas crianças. Eu educo e ela também acaba me ensinando"

Outro caso de responsáveis é o de Ananda Serpa, 29 anos, mãe de uma da aluna da pré-alfabetização, e Auxiliar de Serviços Médicos diz "Os horários mudaram bastante, estamos tentando ao máximo seguir os horários da escola pra tentar manter ela na mesma rotina."

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